O conteúdo digital deve avaliar a persona do estudante

O conteúdo digital deve avaliar a persona do estudante

Na imagem, uma garota por volta de 13 anos está sentada no chão com um laptop em suas pernas. Essa imagem foi usada para ilustrar a mudança da persona do estudante em cada fase do ensino e como isso modifica a escolha dos objetos digitais de aprendizagem.

É comum ouvirmos que os perfis dos estudantes variam bastante conforme a etapa da educação. Em se tratando de ensino básico, é possível afirmar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio são dois mundos diferentes! A partir de uma análise voltada aos Sistemas de Ensino que direcionam suas produções para escolas particulares de centros urbanos, mapeamos as principais características dos estudantes de cada um desses segmentos. Conheça agora mesmo a persona do estudante de cada etapa educacional.

A persona do estudante do Ensino Fundamental

Ela varia bastante conforme o segmento. Desse modo, conseguimos identificar inúmeras diferenças entre os alunos que estão nas séries dos Anos Iniciais e aqueles pertencentes às séries dos Anos Finais. Assim como é possível encontrarmos também várias diferenças em cada uma das séries.

O estudante de Anos Iniciais

Esses estudantes fazem parte da Geração Alpha. No recorte desse grupo, normalmente encontramos crianças com idades entre 6 e 10 anos. Por pertencerem à essa geração, eles são nativos digitais. Isso significa que, para a persona dessa fase, não existe um mundo sem tecnologia! Muito ligada à internet, gadgets e redes sociais, a persona do estudante que está no 1º, 2º, 3º, 4º ou 5º ano espera que isso faça parte da sua rotina escolar também, não ficando restritos apenas para fora de sala.

Essas crianças exercem um papel ativo na própria aprendizagem, buscando sempre protagonismo. São muito curiosas e participativas nas aulas, fazendo perguntas a todo momento. Uma característica marcante da persona do estudante de Anos Iniciais é que ela é muito ligada à figura dos professores em sala de aula. Estes, são peças-chave para a experiência dela na escola com os conteúdos. Existe uma forte tendência de que ela “compre tudo” que os professores falam e fazem.

Para esses alunos, é muito difícil assimilar um conceito sem ver uma imagem relacionada a ele. Dentro da trajetória escolar, esse aluno passa por uma mudança muito grande entre Educação Infantil e Anos Iniciais. No primeiro, utiliza muito a concretude para aprender conceitos. No segundo, será exigido que o aluno comece a abstrair os conteúdos para entender bem os conceitos. Todas essas características citadas acima variam conforme a série, aparecendo de forma mais intensa ou não, a depender do ano em que o aluno está inserido.

O estudante de Anos Finais

Quando falamos de Anos Finais, estamos falando daqueles estudantes que estão nas séries do 6º ao 9º ano e que têm idades que variam entre 10 e 15 anos. De modo geral, fazem parte da Geração Z. Como tal, são extremamente ágeis, multitarefas e capazes de absorver grande quantidade de informações! Isso significa que são crianças e jovens extremamente conectados ao mundo digital e buscam sempre por inovações.

6º ano

A persona do 6º ano – com idade entre 10 e 12 anos – tem um nível de agitação e engajamento muito alto. Além disso, é extremamente participativa em sala e necessita de muita atenção dos Professores. Por ser uma fase de transição entre a infância e a adolescência, a persona dos alunos do 6º ano ainda está um pouco “perdida” com a dinâmica do fundamental II e costuma chamar os professores de “tio/tia”. Cerca de 70% dos alunos dessa série já possuem o seu próprio celular e geralmente consomem conteúdo por ele. É importante notar que eles estão mais acostumados com smartphones do que com computadores.

7º ano

Quando falamos em comportamento, a persona do 7º ano – com idade entre 11 e 13 anos – geralmente tem uma postura mais desafiadora em sala de aula. São estudantes altamente questionadores e críticos. Nessa série os hormônios estão à flor da pele! São muito competitivos e gostam de atividades que envolvam desafios e disputas. Além disso, adoram jogos e disputam atenção o tempo todo por meio de brincadeiras (imitações de vozes, sons de animais, de veículos, etc).

8º ano

Por outro lado, quando falamos de agitação e engajamento, percebemos que essas características se manifestam de forma menos intensa na persona do 8º ano. Com idade variando entre 12 e 14 anos, o estudante dessa série possui um comportamento mais tranquilo se comparado às personas das séries anteriores. Por ser uma turma um pouco mais madura, o diálogo funciona muito bem, mas ainda é necessário ter combinados claros e explícitos. Devido a maturidade, eles têm mais facilidade em entender linguagens mais complexas. As turmas tendem a ser mais concentradas. No entanto, os alunos são mais apáticos, por isso os professores têm um pouco mais de dificuldade em conquistá-los. O uso de redes sociais é forte e os jogos também são frequentemente utilizados. Também adoram escutar música e não largam dos fones de ouvido!

9º ano

Alunos do 8º ano costumam gostar de conteúdos com uma roupagem mais séria e sóbria, com um viés mais “adulto”. Essa tendência de comportamento tende a se repetir com mais intensidade no 9º ano. Assim, quando pensamos na persona do 9º ano, podemos pensar em amadurecimento. Com idades variando entre 13 e 15 anos, a persona dessa série tem um nível de criticidade maior em relação ao conteúdo e à vida em sociedade. Sendo assim, costuma demonstrar maior interesse em compreender questões do convívio social e de expor opinião sobre assuntos atuais e/ou polêmicos.

Aqui, as preocupações e ansiedades com o Ensino Médio começam a surgir. Para a persona do 9º ano, muita animação e muito desenho não funcionam bem, pois o conteúdo importa mais que o formato. As redes sociais são amplamente acessadas, principalmente aquelas que envolvem imagens. Eles amam uma selfie no insta, um vídeo no Tik Tok e se engajam bastante nas postagens dos colegas.

A persona do estudante do Ensino Médio

Assim como os estudantes dos Anos Finais, os estudantes do Ensino Médio também fazem parte da Geração Z. A generalização feita em torno das Gerações deve ser cautelosa quando comparamos estudantes de segmentos e idades diferentes. Existem muitos outros fatores (biológicos, socioeconômicos, etc) que influenciam nessas mudanças de comportamento. Mas algo que é comum, independente do segmento, idade ou série, é a conexão com o mundo digital, inclusive nos estudos.

A variação de perfis entre os estudantes do Ensino Médio é bem menor do que aquela identificada entre os estudantes dos Anos Finais. Mas, ainda assim, conseguimos identificar algumas especificidades de comportamento, a depender da série na qual o aluno está inserido.

Os estudantes do Ensino Médio possuem entre 14 e 18 anos. Nessas séries, os adolescentes sentem muito mais o peso de uma escola que os acompanhe em seus interesses. Nesse sentido, eles são mais exigentes em relação ao próprio aprendizado. Ao longo dos três anos dessa etapa, os jovens já estão projetando suas vidas para as escolhas profissionais e a escola já está preparada para contribuir com essa construção, geralmente de forma gradual e estruturada.

É nessa etapa de ensino que a fase pré-vestibular se consolida e se intensifica conforme a progressão das séries. Consequência disso, são estudantes ansiosos com o futuro e com o que os espera na vida adulta. Apesar de toda a maturidade que envolve a etapa do Ensino Médio, ainda assim é possível encontrarmos, principalmente no 1º ano, alguns resquícios de agitação e rebeldia, pois muitos desses alunos ainda estão em fase de desenvolvimento.

Para que entender as características de cada estudante?

Compreender cada fase que o aluno passa dentro da sua jornada educacional é fundamental para a construção dela. Afinal, o próprio compartilhamento de conteúdo durante as séries é baseado nisso: quem está nos Anos Iniciais não aprende as mesmas coisas que alguém do Ensino Médio. Mas, para além desse objetivo básico, entender a persona do estudante é fundamental para gerar engajamento.

Dentro do engajamento, podemos citar a própria estratégia de comunicação dentro e fora da sala de aula. Assim como, a própria comunicação online feita pelos Sistemas e Editoras de Ensino que optam por falar diretamente ao aluno.

Mas além disso, a compreensão das características dos alunos é um fator de total impacto na hora de produzir objetos digitais de aprendizagem. No início da expansão do digital dentro das estratégias educacionais, era comum o pensamento de que bastava haver o digital e isso seria suficiente para satisfazer os estudantes. Hoje, essa compreensão é maior e, portanto, cada detalhe desse deve ser pensado na hora de construir conteúdos digitais, plataformas, aplicativos, etc.

Dentro de tantas opções, existem aquelas que são eficientes baseadas na persona do estudante. Por isso, é fundamental na hora de escolher sua estratégia educacional ter um lado pedagógico muito bem definido, e acompanhando todo o processo dessa construção. Se você tem interesse em saber mais sobre e fazer a melhor escolha para seus alunos, entre em contato! Vamos ficar feliz em te ajudar na escolha dos melhores formatos de aprendizado.

Na imagem, a foto da Marcela Aguiar, autora do artigo. Ao lado da foto está escrito "Marcela Aguiar - Coordenadora de Inovação".