Estamos cada vez mais imersos em uma realidade onde o digital está revolucionando a forma como as pessoas se comportam, interagem e exercem suas funções diárias. Uma das mudanças mais evidentes é na relação entre tecnologia e educação. Segundo a pesquisa do TIC Educação de 2018, 94% dos professores entrevistados afirmam que podem trabalhar melhor quando equipamentos com acesso à internet estão presentes em sala de aula. Porém, a utilização dessas novas ferramentas de aprendizagem abriu espaço para uma grande discussão: o digital vai substituir os professores?
Aqui, leva-se em consideração o entendimento de “revolução” como uma modificação profunda em determinadas estruturas. Assim, podemos considerar que nossa sociedade foi revolucionada com o desenvolvimento das tecnologias e do universo digital. Portanto, é natural que existam incertezas geradas a partir da relação entre pessoas e dispositivos digitais no nosso cotidiano.
Há uma perspectiva de que o professor entraria na lista de profissões que podem ser substituídas em poucos anos. Porém, é equivocado afirmar isso. Entendemos que o papel docente, com as mudanças de paradigmas que se deram no âmbito das teorias pedagógicas, mudou de caráter. O professor deixou de ser uma fonte de conhecimentos técnicos. Agora, ele age como um orientador. Seu papel é na construção de princípios, habilidades e competências que proporcionam o desenvolvimento dos alunos com autonomia e criticidade.
Com a facilidade no acesso à informações por parte dos estudantes no mundo digital, o papel do professor passa a ser o de facilitar o aprendizado dos alunos. Dessa forma, ajuda-os a dar sentido aos conhecimentos não sistematizados. Algo que nenhuma ferramenta digital consegue fazer. E é por isso que acreditamos que o professor é insubstituível. Assim, o digital deve servir como instrumento para que ele e os estudantes possam construir conhecimentos juntos!
O que o ensino remoto emergencial tem nos ensinado
Com o isolamento social, consequência da pandemia do Coronavírus, o uso de ferramentas, conteúdos e dispositivos digitais não foi só importante, mas necessário para a educação não parar. Nesse contexto, foi posto a prova o questionamento se o digital vai substituir os professores. O que obtivemos de resposta? Não, não vai.
O que aconteceu, na verdade, foi a utilização das ferramentas digitais pelos educadores. Através disso, eles continuam a engajar os estudantes nesse período de ensino remoto. Através de videoaulas gravadas de casa ou encontros virtuais pelas plataformas de videochamadas, professores ganham ainda mais destaque por tamanho esforço em entrar no “mundo digital”, na maioria dos casos, sem ter passado por nenhuma formação ou treinamento.
Nessa perspectiva, o educador se coloca como um tutor do conhecimento, confirmando qual seu papel diante das ferramentas digitais. Ainda mais agora, onde há a necessidade de guiar vários estudantes que, devido a pandemia, estudam de casa. Aliás, antes mesmo do contexto de isolamento social, os professores já tinham uma posição de destaque para a Geração Z. Segundo o relatório “Beyond Millennials: The Next Generation of Learners”, 78% dos entrevistados disseram que os professores são “muito importantes para o aprendizado e o desenvolvimento”.
O que a pergunta “o digital vai substituir professores?” pode ter deixado na mente de muitos é a resistência para se apropriar das ferramentas digitais ao seu favor. E, portanto, no atual contexto, muitas mais dificuldades na hora de ensinar remotamente.
Para além dos conteúdos técnicos
A inter-relação acessível entre professores e alunos não se limita somente ao âmbito do trabalho. Ela também pode acontecer em nível pessoal. É interessante que o docente identifique os domínios intelectuais mais relevantes de serem trabalhados. Mas, além disso, deve sugerir atividades e vivências que estimulem, engajem e aprimorem a aprendizagem e a compreensão dos alunos em outras esferas. Para isso, é necessário que haja o conhecimento do contexto sociocultural em que o aluno vive. Isso pode interferir nos estudos, e como esse contexto pode ser modificado por meio da educação. E as ferramentas digitais podem ser grandes aliados nessa aproximação, certo?
Inserir o digital nas sequências didáticas pode colaborar também com o trabalho com habilidades que são cada vez mais necessárias no século XXI, como o protagonismo, a criatividade, o pensamento crítico e a empatia. Porém, essas abordagens não podem ser feitas sem o cuidado e a sensibilidade trazidas pelo intermédio de um professor, que utiliza suas experiências e habilidades criativas, levando em consideração também seu lado emocional, para promover uma aprendizagem personalizada e realmente significativa para o estudante.
Se você tem interesse em conhecer mais ferramentas para o ensino digital, que tal acessar nosso outro post em que falamos sobre isso?