A expansão do digital se intensificou com o isolamento social vivenciado em 2020. Na Educação, isso não foi diferente, certo? Tivemos que descobrir como fazer funcionar variadas atividades de maneira remota e tendo a internet como principal ferramenta. Portanto, o ensino remoto trouxe consequências e reflexões. Dentre elas, não podemos ignorar: o contato dos alunos com o digital se ampliou para sempre. Neste artigo, te convido a avaliar com as soluções didáticas — parte tão fundamental do ensino — também foram impactadas por esse contato tão profundo com o digital. Confira abaixo o que você deve pensar ao construir um material didático pós-ensino remoto.
Mas, afinal, onde fica o material didático no processo de ensino-aprendizagem? Ele é um dos elementos que compõem a experiência estudantil, mas não só. Além de aprender sobre os conteúdos, é por meio do material que professores planejam suas aulas, e as próprias coordenações pedagógicas podem planejar a grade curricular de todas as séries. Portanto, apesar de não ser colocado como fator central, ele é fundamental e permeia esse processo desde o início.
Hoje em dia, existem em formatos diversos: livros, apostilas e até digitalmente, como um e-book. Na Educação Básica, no entanto, os dois primeiros formatos são os de maior destaque. A origem do livro didático remonta o século o XIX, acredita?! E alguns autores até concordam que essa origem pode ser ainda mais antiga. De fato, de lá para cá, muitas mudanças aconteceram. Leis de produção e veiculação foram criadas, tempos de censura, regulação, etc. Enfim, o material didático como temos hoje! Mas será que é assim que ele deve se manter após tantos impactos sofridos com o ensino remoto e a expansão do digital?
O material didático pós-ensino remoto: o que ele leva em conta?
Bom, para considerar o que um material didático pós-ensino remoto deve privilegiar é necessário entender por quais experiências alunos e professores passaram durante o isolamento social. Vamos lá?
Queremos destacar três principais: o tempo de utilização de aplicativos variados; o aumento do consumo de conteúdo digital; a utilização de metodologias ativas no ensino remoto. Confira cada um desses fatores a seguir.
O que seu material didático tem a ver com os aplicativos
O primeiro fato que é importante se atentar é: nosso tempo foi dado aos aplicativos, concorda? Seja rede social ou mensagens, a trabalho ou a estudo: a maioria de nossas atividades passou a precisar ainda mais de aplicativos com funções diversas. Segundo o App Annie, o tempo mensal em aplicativos móveis cresceu 40% no segundo trimestre de 2020 na comparação com o mesmo período do ano passado, superando a marca de 200 bilhões de horas.
Isso quer dizer que fomos imersos em como as interfaces desses aplicativos funcionam. E, acredite: elas funcionam de maneira intencional. Afinal, você já ouviu falar na experiência do usuário? De forma resumida: é um conjunto de elementos e fatores relativos à interação do usuário com um determinado produto, sistema ou serviço cujo resultado gera uma percepção (positiva ou negativa).
Portanto, cada aplicativo e site que navegamos são pensados não apenas com uma exposição de informações, mas de maneira completamente interligada, do início ao fim. Desse modo, tentando garantir a melhor experiência de interatividade. Sabemos que materiais didáticos impressos não são interativos. No entanto, é inegável que nos acostumamos com as interfaces dos aplicativos (pelo tempo de exposição).
A proposta aqui, portanto, é compreender que a experiência do usuário também deve ser considerada dentro dos materiais didáticos. Nesse caso, o usuário é o próprio aluno e professor.
O seu material didático pós-ensino remoto deve avaliar, portanto:
- Atrativo visual: a primeira impressão também é importante para a experiência do usuário. Por esse motivo, é necessário cativá-lo com uma atraente apresentação visual.
- Utilidade: além de ser visualmente atraente, a Experiência do Usuário (UX) deve ser altamente funcional.
- Credibilidade: para isso, deve estar livre de erros e, acima de tudo, atender às expectativas que gera.
- Intuitividade: a interface do usuário é eficaz apenas quando garante usabilidade.
- Proximidade e cumplicidade: dentro dos pilares da experiência do usuário está a humanização das páginas e ferramentas, tornando-as mais próximas.
- Inovação e originalidade: experiência é mais gratificante quando o usuário interage com plataformas e ferramentas inovadoras e originais que têm sua identidade própria e se mostram memoráveis.
Leia mais sobre a experiência do usuário em um artigo da Rock Content, de onde essas características principais foram retiradas.
Material impresso, e onde está o digital?
O segundo fato que você precisa se atentar: o aumento do consumo de conteúdo digital. Vamos aos dados? Uma pesquisa realizada pela divisão de mídia da Nielsen Brasil em parceria com a Toluna revelou que o consumo de vídeos, filmes ou programas de televisão é a principal atividade de brasileiros na Internet durante o período de pandemia. Resultado: a maioria de nós acostumou-se a encontrar as respostas em conteúdos audiovisuais. Essa já era uma tendência que vinha crescendo, mas acentuou-se nesse período de isolamento social.
Ao pensar no material didático pós-ensino remoto, portanto, é fundamental avaliar como ele se interliga a conteúdos digitais. E, sim, a parte impressa pode conectar-se a parte digital, tornando sua solução mais completa! Desse modo, agradando os usuários: alunos e professores.
Como é possível fazer isso? Bom, é necessário pensar o material didático como um todo. Ou seja, não somente livros e apostilas, mas os objetos digitais de aprendizagem que vão estar inerentes a sua solução. Desse modo, você pode fazer com que o caminho seguido por professores e alunos sejam o mais guiado possível.
Alguns exemplos são:
- A cada novo capítulo/seção do livro/apostila, haver uma indicação de um conteúdo audiovisual para assistir;
- As atividades adicionadas também se apoiarem na consulta de conteúdos digitais que está presente na sua plataforma ou aplicativo;
- Em assuntos específicos, adicionar dicas e curiosidades, onde o aluno é levado aos conteúdos audiovisuais;
- Trazer a resolução das questões adicionadas nos livros e apostilas em formato de videoaula;
- Trazer resumos aos finais dos capítulos em formato audiovisual, por exemplo, por meio de formatos como whiteboard;
Tudo isso é possível é fazer através de simples indicações, mas também utilizando ferramentas como o QR Code. Saiba mais sobre!
Metodologias ativas precisam ser levadas em conta
Para manter os estudantes engajados no ensino remoto, muitos educadores utilizaram as metodologias ativas. Afinal, foi necessário inovar neste momento. No entanto, não podemos dizer que a utilização desses tipos de métodos vai parar quando o presencial retornar. Pelo contrário, isso já explica a tendência de tornar o estudante protagonista do seu processo de aprendizagem.
Sendo assim, a construção do material didático pós-ensino remoto deve considerar esses fatores. Uma questão muito importante avaliar é: o que ofereço aos professores possibilita a inovação nas aulas? Minha solução didática apenas reforça o modelo de aula expositiva? Meu material visa colocar o estudante como protagonista?
Uma das maneiras de contribuir com essa proposta é também apostando no digital, por meio de variados formatos. Desde a gamificação, passando por conteúdo interativo, até os próprios vídeos. No entanto, não deve ser deixada de lado uma avaliação pedagógica para que a construção do material didático faça sentido, principalmente, para o aprendizado.
Se você tem o desejo de complementar sua solução digital, confira alguns dos nossos formatos no portfólio e não deixe de conversar com a gente! Espero ter te ajudado. Até a próxima!