Vídeos de educação têm prazo de validade?

Vídeos de educação têm prazo de validade?

Imagem de um estúdio, onde ocorrem gravações de vídeos.

Você já parou pra pensar na quantidade de informações que já consumiu hoje? Recebemos informação de todo tipo e a todo momento. No YouTube, 500 horas de conteúdo são upadas a cada minuto! Quantos vídeos, não é? Nesse fluxo, é comum que grande parte desses conteúdos fique desatualizado rapidamente, passando do seu “prazo de validade”.

Quando falamos de vídeos voltados para a educação, podemos pensar que essa premissa não se aplica. Afinal, o conteúdo continua o mesmo. Mas será que se aplica mesmo? Neste artigo, vamos explorar um pouco mais qual é o tempo de vida médio de um vídeo. Vamos lá?

Existem outros aspectos além do conteúdo em um vídeo de educação

Parte da afirmação que fiz aqui em cima está correta. De fato, na grande maioria dos casos, a base de conteúdo didático que utilizamos para construir um vídeo continua a mesma. As Leis de Newton vão se manter as mesmas, assim como o que pensavam os filósofos gregos séculos atrás. No entanto, além do conteúdo, o vídeo educacional é composto de diversos outros elementos para torná-lo atrativo e assertivo para os alunos. Dentre esses, existem dois elementos cruciais: a narrativa utilizada e a linguagem aplicada nessa narrativa. 

Esses dois componentes estão intrinsecamente ligados ao público-alvo daquele vídeo. Para garantir um bom engajamento dos alunos, precisamos garantir que a narrativa e a linguagem utilizadas neles estejam atualizadas. Além disso, é importante estarem de acordo com o repertório que esses alunos costumam ter acesso. Diferente do material didático impresso, que já está muito bem estabelecido, o conteúdo digital, embora forte, ainda está se firmando nessa rotina. Por isso ele está sujeito a ser modelado de acordo com o que o público busca. E essa modelagem ajusta exatamente a linguagem e a narrativa corretas para cada público.

O Telecurso está aí para nos ensinar

Vamos pegar um exemplo. Você deve conhecer o Telecurso 2000, certo? Ele foi muito utilizado para formar estudantes em conteúdos dos Ensinos Fundamental e Médio. Essa é uma videoaula de Física. Em 15 minutos, no formato de esquete encenada, ela se propõe a ensinar o conteúdo de grandezas. Bem legal, não é? Você mesmo já pode ter estudado pelas aulas do Telecurso. Mas você imagina que hoje o seu aluno conseguiria assistir a essa videoaula com o mesmo ímpeto que você? Provavelmente sua resposta foi não, correto? 

Agora olha esse outro exemplo. Essa é uma animação de Matemática que trabalha quase que o mesmo assunto da videoaula do Telecurso. A diferença é que em menos de ⅓ do tempo e com um formato e uma linguagem bem diferentes das que existiam 20 anos atrás. Provavelmente o seu estudante, que está bem familiarizado com essa linguagem, vai preferir esse exemplo para entender o conteúdo de unidades de medida, certo?

Agora vamos pensar: a informação dita na videoaula do Telecurso está errada? Não! E ultrapassada? Não! Mas isso é suficiente para assegurar que o vídeo vai continuar cumprindo o papel de engajar o aluno e ensinar aquele conteúdo de maneira clara? Também não! Isso acontece porque os vídeos têm sim um prazo de validade, que está ligado àqueles dois elementos: a linguagem e a narrativa. Uma vez que eles fiquem datados e não mais se adequem à realidade do público, a chance de ele não cumprir o seu propósito é grande. Por isso, costumamos estipular que, em média, o tempo de vida de um vídeo educacional costuma ser por volta de 5 anos.

A estética também é um fator importante para os vídeos!

Além da linguagem e da narrativa, existe outro fator que determina esse “prazo de validade”: a estética. Isso porque os estudantes que hoje estão na escola já nasceram conectados e com amplo acesso à internet. Além disso, a projeção é que em 2020, 82% do consumo de tráfego global de internet seja de conteúdo em vídeo. Cruzando esses dados com os fatos apresentados, podemos concluir que esses alunos possuem um grande repertório audiovisual. Isso indica que eles têm um apreço pela estética. A tolerância para imagens ou vídeos “antigos” (aqueles em aspecto 4:3 e com baixa definição, o que pode ser visto como baixa qualidade) é cada vez mais menor.

Por isso, é sempre importante ter em mente que sim, vídeos educacionais têm um tempo de vida previsto. Com a velocidade de mudança que a internet trouxe, a tendência é que esse tempo aos poucos se torne cada vez menor. 

Depois de aprender um pouco sobre o tempo de vida do vídeos, que tal dar uma olhada nos variados formados que você pode apostar para engajar os estudantes?

 

A imagem traz a foto de quem escreveu o artigo. Ao lado da foto, os dizeres "Ana Praciano - Coordenadora de Inovação"