Em isolamento social, a rotina de milhões de alunos no mundo todo mudou. Em casa, eles precisam se adaptar a videochamadas, lives, videoaulas e trabalhos extras para compensar a falta de ensino presencial. De fato, a adaptação a essa nova realidade evidencia novos problemas e o agravamento de antigos. No entanto, o ensino remoto também possibilita a formação de outras habilidades. Nesse artigo, vamos falar sobre a importância do desenvolvimento da autonomia estudantil. Continue a leitura e descubra como você pode ajudar.
O que é?
Você pode ter se deparado com essa expressão algumas vezes, principalmente, quando falamos de metodologias ativas. Autonomia estudantil consiste na capacidade do aluno de ser o protagonista do seu processo de aprendizagem. Ou seja, ele é pró-ativo no seu desenvolvimento escolar e/ou acadêmico.
Essa noção de autonomia surgiu a partir de novas metodologias de ensino que fugiam da tradicional. Nesta última, o professor é visto como o detentor do conhecimento, enquanto o aluno tinha somente a função de escutar, memorizar e reproduzir as informações passadas.
Com as tecnologias e o acesso à internet cada vez maior, o estudante passa a receber (e procurar!) conhecimento de várias outras formas, tornando-se assim, dono da sua aprendizagem. No entanto, para tornar esse dinamismo realmente eficiente, é necessário desenvolver a habilidade de autonomia. Um dos principais inimigos dela é a procrastinação, e é dela que vamos falar!
Procrastinação vs. autonomia estudantil
Normalmente, colocamos a culpa da procrastinação na preguiça. No entanto, estudos já comprovaram que a origem dela é outra. Joseph Ferrari, especialista em estudar a procrastinação, fez um importante estudo sobre o assunto em 1989. Na pesquisa, ele descobriu que os estudantes (nesse caso, universitários) procrastinavam por indecisão (leia mais sobre). Eles se preocupavam se estavam fazendo tarefas simples do jeito certo, prolongando bastante o tempo que passavam nisso. Logo, eles encontravam na procrastinação um caminho para evitar experiências estressantes.
Sendo assim, há pelo menos três atitudes que professores e/ou tutores podem tomar para ajudar os estudantes no enfrentamento desse problema.
A primeira é falar sobre ele. Se a origem da procrastinação se dá pelo medo de fracassar na atividade, trazer essa questão para a discussão é fundamental para deixar os estudantes mais seguros. Além disso, se fazer disponível para a resolução de problemas, por mais simples que sejam, também pode ajudar.
SAIBA MAIS: O QUE MUDOU NO NOVO ENSINO MÉDIO
Outra atitude que pode fazer total diferença é como você escolhe dar o retorno sobre as atividades cobradas. Lembre-se que o medo de fracassar está ligado a procrastinação. Portanto, leve em consideração o contexto atual, onde o medo e a ansiedade já está presente devido a pandemia. Adicionar outro motivo de temor e nervosismo pode fazer com que o estudante não deseje se engajar com seu aprendizado. Portanto, pense bem uma maneira de avaliar à distância para que isso não ocorra.
Por fim, você pode trabalhar os prazos de outras formas. As datas têm influência direta no processo de procrastinação. Portanto, ao pensar como estruturar as entregas, pense em prazos que possam se flexibilizar. Outra dica importante é ensinar sobre gerenciamento de tempo. Saber disso em período de ensino remoto é fundamental para que o estudante tenha mais autonomia.
Autonomia em ação no mundo digital
Além de discutir aquilo que pode atrapalhar a formação de jovens autônomos, você também deve buscar estimular a autonomia. A lógica é até simples: só nos sentimos seguros para realizar alguma ação quando temos conhecimento sobre ela. Portanto, é hora de explorar o lugar onde mais os nativos digitais estão, na internet.
Como citei lá em cima, hoje o conhecimento está na palma da mão. A geração Z e alpha explora o mundo digital com muita facilidade já que seu crescimento acompanhou as evoluções tecnológicas das últimas duas décadas. Portanto, o digital pode ser uma ferramenta de grande contribuição para promoção da autonomia estudantil.
SAIBA MAIS: COMO UTILIZAR O DIGITAL NO NOVO ENSINO MÉDIO
De maneira bem prática, podemos citar a facilidade que os alunos têm para encontrar informações em fontes diferentes, em formatos diferentes. Abraçando esse mundo digital, pode-se propor uma atividade em que eles deverão se inspirar em algum canal de comunicação (seja rede social, canal do youtube ou canal de podcast) para a realização de algum trabalho escolar.
Por meio do digital também, é possível trabalhar aspectos mais críticos da formação dos estudantes. Por exemplo, o contato com opiniões diferentes, o respeito e a ética dentro da internet. Quanto mais as temáticas escolares se aproximam daquilo que é conhecido para eles, mais chances deles se sentirem protagonistas do seu conhecimento.
A autonomia estudantil nos exije ensino e estrutura de qualidade
Quando falamos de autonomia, falamos também no poder de decisão. Ou seja, o estudante tem em suas mãos a escolha de se envolver com seu processo de aprendizagem. A qualquer momento o aluno pode desligar a videoaula se não quiser mais assistir, concorda? Talvez esse fato possa assustar quem pensa no modelo tradicional de ensino. Afinal, ele não podia sair de sala se não tivesse afim de assistir a aula. No entanto, é importante destacar que a exposição de conteúdo não é garantia de aprendizado.
Portanto, ao elaborar conteúdos que valorizem a autonomia estudantil, principalmente no meio digital, é fundamental pensar na qualidade deles. Afinal, se o estudante não encontra o conteúdo que o engaje nos aplicativos e portais disponibilizados pela Escola, ele vai procurar em outro lugar. E esse lugar tem nome: Youtube!
O conteúdo digital não deve ser pensado apenas como uma exposição de conteúdo, como ocorre na sala de aula. Mas, seu principal papel é ser instrumento para que o estudante se torne protagonista do seu processo de aprendizagem.
Agora que você já sabe a importância de desenvolver autonomia estudantil no período de ensino remoto, conheça nosso portfólio de formatos. Nele, você vai conhecer variados objetos digitais de aprendizagem que têm como objetivo despertar e aumentar o interesse dos alunos por aprender.