O papel dos sistemas de ensino na cultura digital

O papel dos sistemas de ensino na cultura digital

A imagem traz a ilustração de duas pessoas envolvidas por elementos tecnológicos com o objetivo de discutir o papel dos sistemas de ensino na cultura digital

A cultura digital nasce à medida que o digital vai ganhando espaço na sociedade. Como o nome mesmo diz, essa cultura é formada e guiada pelas interações das pessoas com as novas tecnologias. Na educação, a Base Nacional Comum Curricular transformou o conceito em uma das competências a serem trabalhadas pelas escolas visto a relevância que tem no século XXI. O mundo tem sido cada vez mais digital! Portanto, qual o papel dos sistemas de ensino na cultura digital? Vamos te ajudar a encontrar a resposta dessa pergunta nos parágrafos a seguir.

A definição de cultura digital

A cultura digital pode ser definida como um conjunto de práticas, costumes, interações e transformações ocasionadas devido ao avanço das tecnologias digitais. Como esse é um processo novo e que passa constantemente por atualizações, a cultura digital ainda não está 100% estabelecida. Na verdade, todos nós somos co-criadores deste novo momento da sociedade. Entender que esse processo ainda não acabou é necessário para nos sentirmos parte dessa construção.

Ela é consequência de criações que impactaram para sempre a maneira como interagimos com a realidade. A Internet e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são um dos maiores geradores desse movimento que conhecemos hoje. Por meio delas exploramos o mundo de várias outras maneiras que seriam consideradas impossíveis a alguns anos atrás.

A cultura digital evolui rápido à medida que novas inovações tecnológicas surgem e se popularizam. Um exemplo dessa rapidez é a facilidade que redes sociais têm para definir tendências. A cinco anos atrás, redes sociais com fotos eram o grande destaque entre os jovens. Atualmente, os vídeos ganharam força e preferência entre os usuários e plataformas.

Co-criadores

Além das mudanças rápidas, outro fator que influencia a formação dessa cultura digital é o quanto e como produzimos conteúdo. Somos co-criadores! Nossas manifestações online também fazem parte da construção desse momento. Afinal, é assim que vemos acontecer grandes tendências: um grande número de pessoas aceita e passa uma determinada mensagem adiante.

No entanto, a cultura digital também encontra desafios. Se sua construção aconteceu de maneira veloz e quase inconsciente para a maioria de nós, hoje nos deparamos com algumas consequências. O século XXI é um grande marco em relação a tecnologias, e vinte anos depois do seu início, começamos a perceber a necessidade de formarmos pessoas capazes de viver e lidar com a cultura digital de maneira saudável individualmente e em grupo.

Com esse objetivo, a educação tem papel crucial na formação de pessoas. É por isso que a BNCC adicionou a cultura digital como uma das competências a serem trabalhadas.

O que a BNCC diz sobre cultura digital

A cultura digital é a Competência 5 abordada na BNCC e tem como objetivo incentivar o bom uso das tecnologias. Ela reconhece o importante papel do digital e estabelece que o estudante deve dominar esse mundo. Para isso, é necessário que ele seja capaz de compreender e utilizar as tecnologias de maneira crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais.

Desse modo, a BNCC destaca a importância dessa competência para tornar os alunos não somente usuários, mas pessoas conscientes sobre o impacto e o poder que o digital tem na nossa relação com a realidade. A formação sobre cultura digital é necessária para que o aluno seja capaz de se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Para isso, o documento estabelece alguns aprendizados esperados para o desenvolvimento do aluno, como

  • Serem capazes de produzir em ferramentas digitais;
  • Serem capazes de analisar e interpretar dados;
  • Compreenderem o impacto que as tecnologias têm na sociedade;
  • Serem capazes de utilizar o digital de maneira ética, identificando o que é adequado e inadequado.

Para que aconteça esses e outros aprendizados determinados pela BNCC são necessárias construções conjuntas entre escolas, professores e sistemas de ensino. Esses últimos têm um papel fundamental em construir soluções que permitam à escola trabalhar bem essa competência. Por isso, vamos conversar na prática sobre o papel dos sistemas de ensino na cultura digital.

Qual papel dos sistemas de ensino na cultura digital

Todos os processos educacionais são interligados. É preciso que políticas públicas definam como deve funcionar o ensino básico para que, por exemplo, escolas possam elaborar os currículos, sistemas de ensino possam produzir materiais didáticos e professores possam organizar suas aulas. Desde o macro até o micro, tudo acaba se interligando.

Desse modo, os sistemas de ensino têm um papel crucial quando falamos de inovação. É por meio da construção de soluções que essas empresas dão às escolas a possibilidade de explorarem novas maneiras de ensino.

Quando falamos de cultura digital e BNCC, existe um aspecto em comum que se destaca: a diversidade. As atualizações das políticas públicas que guiam o ensino básico exploram as variadas expressões de linguagem, relações com a sociedade, etc. Até mesmo a construção do projeto de vida comprova como a educação precisa olhar para os estudantes acolhendo a diversidade de suas escolhas.

Com a cultura digital não é diferente. Aliás, o mundo digital traz à tona diferentes modos de expressão, argumentação e linguagem. Desse modo, os sistemas de ensino, que já têm a missão de guiar as escolas com suas soluções, precisam refletir à comunidade escolar esse novo contexto.

Como? Vamos mostrar alguns exemplos a seguir.

Linguagem

A linguagem é um dos principais fatores que caracterizam uma cultura. No digital, ela também se manifesta de muitas maneiras, e se diferencia de outros tipos de linguagem mais tradicionais.

Dessa forma, é muito importante abordar essas maneiras de expressão. E, aqui, destacamos que não basta apenas falar sobre, mas trazer para o dia a dia do estudante. Afinal, a BNCC deseja que os alunos sejam capazes de se aprofundar nesses tipos de linguagem, não somente para se comunicar por meio delas, mas refletir sobre seu uso e seus impactos na sociedade.

Na prática

Um exemplo que ganhou muita força nos últimos anos é o rápido processo de compartilhamento de mensagens falsas, as chamadas “fake news”. Apesar de ser um tipo de expressão que desejamos que perca força, é extremamente necessário a reflexão: quais são as características mais marcantes desse tipo de expressão e por que são nocivas?

O estudo publicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) identificou que, no Brasil, apenas ⅓ dos estudantes são capazes de distinguir um fato de uma opinião. Além disso, o relatório ainda revela outros dados que evidenciam a urgência de se trabalhar a cultura digital se queremos formar cidadãos conscientes da realidade – que agora também é digital.

Esse é apenas um exemplo diante da gama de possibilidades que a expansão das novas tecnologias trouxe. O vídeo, por exemplo, é um outro tipo de linguagem que expandiu-se muito em pouco tempo. O interessante é perceber que esse tipo de expressão não se atém apenas ao consumo passivo. Na verdade, jovens e crianças comunicam-se, expressam-se por meio do audiovisual.

Além disso, a tecnologia em vídeo tem ganhado muita força no mercado de trabalho. Não somente para quem trabalha diretamente com isso, mas para profissionais divulgarem seus serviços e produtos. O que expressa como essa mídia estará presente na vida das pessoas de maneira recorrente e ativa. Portanto, a reflexão que precisa ser feita é: como tenho levado essas novas linguagens e formas de expressão para as escolas?

Material didático

O segundo ponto sobre a cultura digital é bem prático. Afinal, como falar de algo sem viver na prática? É necessário que tudo isso saia do papel, quase que literalmente. Com todo o suporte para que haja uma formação pedagógica capaz de trazer as reflexões necessárias, é também preciso oferecer material digital!

Os materiais didáticos precisam se atualizar. Afinal, como podemos esperar que a educação ensine a viver em uma realidade com o digital influenciando de maneira tão forte sem que uma das ferramentas principais de ensino esteja de acordo com isso?

Não, isso não quer dizer ter apenas materiais didáticos digitais. O impresso ainda tem seu papel dentro da dinâmica escolar. Além disso, sabemos que a mudança de mentalidade da comunidade escolar não ocorre de um dia para outro, nem que o investimento destinado à tecnologias vai aparecer do nada.

Na verdade, é importante que exista uma lógica de coexistência entre o impresso e o digital, excluindo a ideia de que um seja apenas complemento do outro. Afinal, a integração entre os dois formatos torna o contato com o digital parte do dia a dia dos estudantes, contribuindo para sua formação.

Agente motivador

Como citamos acima, o papel dos sistemas de ensino na cultura digital é crucial para impactar todo o ecossistema educacional. É a partir de suas soluções que essas empresas conseguem levar inovação às escolas. Por isso, existe uma missão de ser um agente motivador dessa mudança.

Essas instituições podem escolher apenas adaptar o que já existe para contemplar aquilo que as políticas públicas pedem ou podem ver as grandes mudanças que estão por vir como oportunidades. Além disso, mesmo relatório da OCDE cita que, em instituições onde as habilidades digitais foram trabalhadas, os estudantes eram mais capazes de distinguir fatos e opiniões. Portanto, não se trata de achismos, e sim comprovações de como a educação é crucial para a formação das pessoas que viverão essa década.

Espero que esse artigo tenha te ajudado! Até a próxima.

Imagem com foto de quem escreveu o texto. Ao lado da foto, acompanha os dizeres "Beatriz Nunes - Supervisora de Marketing"